Somos um movimento de cidadania em defesa do Tejo denominado "Movimento Pelo Tejo" (abreviadamente proTEJO) que congrega todos os cidadãos e organizações da bacia do TEJO em Portugal, trocando experiências e informação, para que se consolidem e amplifiquem as distintas actuações de organização e mobilização social.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CRIAÇÃO DA PLATAFORMA DE CIDADANIA PELO RIO ALAGÓN

O rio Alagón é um dos principais afluentes do rio Tejo em Espanha. Atravessa Castela e Leão e Estremadura, banhando Coria, Garcibuey e Ceclavín. Desagua no Tejo perto de Alcántara (fonte:Wikipédia)
O movimento proTEJO felicita a nova Plataforma de Cidadania Pelo Rio Alagón que agora se constituiu na Região da Estremadura, que assim se junta aos movimentos ibéricos em defesa do rio Tejo e seus afluentes.
Estamos solidários com a sua causa e fazemos votos que prossigam e alcancem os seus objectivos.
Bem hajam na defesa da bacia do Tejo!

MANIFESTO

Um grupo de cidadãos de Coria liderado por uma profunda preocupação que nos provoca o mau estado em que se encontra uma grande parte da bacia do rio Alagón, em especial na sua passagem pela nossa cidade, constatando que as administrações, fechadas nas suas prórpias problemáticas, não prestam a uma manutenção mínima, dirigindo sempre a sua acção a colossais e improváveis planos para o futuro, de discutível validade, e que, em qualquer caso, nunca resolvem nada se não resolver o problema subjacente, que é a qualidade da água do rio, e muito preocupados com uma série de consequências negativas que tem associadas:
- Forte diminuição, abandono e perda de valor dos usos tradicionais;
- Desperdício de valor acrescentado, de forma significativa, do seu potencial turístico. Estamos todos conscientes de que a construção deixou de ser o motor da economia. Acabaram-se os empregos bem pagos em Madrid e outros destinos para os nossos trabalhadores. A situação geral é muito complexa e sabemos que temos de encontrar novas fontes de riqueza, e rapidamente, caso contrário temos problemas muito mais graves do que os actuais. Na Estremadura, é evidente que o turismo pode ter uma participação relevante como um gerador de riqueza e empregos.
- Imersa na sua capacidade de gerar riqueza com os actuais sistemas e travando novas formas de manutenção e desenvolvimento socioeconómico. A agricultura e a pecuária são conceitos inseparáveis e indispensáveis da Estremadura e têm de se adaptar aos tempos. A agricultura e a pecuária têm como desafio melhorar em qualidade e exclusividade, ecologia, agilidade para se adaptar às novas preferências dos mercados e capacidade de comercialização. Um cenário fluvial e rural em bom estado de conservação, uma paisagem respeitada e amada, limpa e pura, que nos afaste das barracas rurais, da sujidade e do abandono, com uma aposta no valor da sua agricultura e pecuária por meio da recuperação de valores, usos, conhecimento, raças, espécies, sementes, etc. tradicionais e a incorporação de valores modernos e tradicionais como a agricultura biológica são outro caminho adicional para a salvação do nosso futuro.
- A poluição e os detritos que prejudicam os nossos preciosos ecossistemas, a maior riqueza que possuímos hoje, sendo a Estremadura um dos últimos redutos naturais da Europa desenvolvida, com valores ambientais, históricos e tradicionais que são património de toda a humanidade. É importante que todos compreendamos que sempre que temos um comportamento inapropriado para a conservação do nosso património natural, estamos a condenarmo-nos a nós mesmos e, mais importante, aos nossos filhos e demais descendentes, ao desemprego, à pobreza e à emigração com todas as suas lamentáveis consequências: abandono e falta de desenvolvimento rural, a ruptura dos agregados familiares, a solidão de uns e outros, a perda de contacto com o seu meio natural, familiar e cultural das gerações seguintes, a perda de memória histórica, etc.
Para resolver estes problemas, que identificamos como:
- Falta de nível de eficiência suficiente no desempenho das funções que lhes foram outorgadas, das suas obrigações ao abrigo da legislação espanhola e europeia, e falta de sensibilidade suficiente para estes problemas, às várias autoridades envolvidas: Administração Central, Confederação da Bacia Hidrográfica do Tejo, Junta de Estremadura, Departamento de Cáceres, SEPRONA, Associação de Regantes, Associações, Conselhos, Grupos de Acção Local, etc.
- Casos de inadequados usos agrícolas de ganadeiros e industriais: águas residuais que retornam dos regadios para o rio carregadas de terra em suspensão, fertilizantes e pesticidas das explorações agrícolas com más práticas de irrigação, águas residuais que retornam ao rio carregadas de terra em suspensão ou dejectos de gado por parte dos ganadeiros pela mesma razão, as descargas ilegais no canal de um moinho e extracção de inertes sem controlo e com técnicas e em zonas inadequadas por algum areeiro. E nalguns casos específicos por alguma outra indústria em geral.
- Descarga de águas residuais provenientes de alguns municípios sem depuração, e estações de tratamento de água de alguns municípios em mau estado, mal dimensionadas ou simplesmente fora de funcionamento.
- Algumas construções ilegais com fossas sépticas inadequadas que contaminam o lençol freático.
- Inadequado Uso Social: usar o rio como vala para despejo de entulho, pneus, óleos, baterias, aparelhos velhos, sucata, plásticos, metais, vidros, animais mortos e lixo e resíduos abandonados por alguns usuários de lazer na natureza com o comportamento pouco cívico....
E que têm como resultado: a má qualidade da água do rio Alagón e da sua bacia hidrográfica, a falta de conservação, limpeza, cuidado, beleza... na bacia e na sua envolvente e uma deficiente qualidade, mau estado de conservação e carências nas infra-estruturas do sistema fluvial das comarcas de Valle del Alagón, Sierra de Gata, Hurdes, Ambroz e Jerte. Mais uma vez, a pobreza, o desemprego e a emigração.

Propomos, como instrumento para alcançar os nossos objectivos, a criação de uma PLATAFORMA DE CIDADANIA DA ALTA ESTREMADURA PELA BANDEIRA AZUL EUROPEIA DA PRAIA FLUVIAL DO RIO ALAGÓN NA SUA PASSAGEM POR CORIA E O RESTO DAS ZONAS TRADICIONAIS DE BANHO DA SUA BACIA. A atribuição de Bandeira Azul da Europa é em si uma garantia de que todos os problemas estão resolvidos. Acreditamos que para resolver as circunstâncias negativas descritas acima temos de trabalhar seriamente e numa boa direcção. E para isso, a Plataforma pela Bandeira Azul pode ser um instrumento útil. Resumidamente, criámos e convidamos-vos a participar e a integrar a:
PLATAFORMA PRO BANDEIRA AZUL NAS PRAIAS FLUVIAIS DA BACIA DO ALAGÓN

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